Mudanças entre as edições de "Títulos: Copa Libertadores de 1983"

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Edição das 20h42min de 21 de agosto de 2015

Em 28 de julho de 1983 o Grêmio chegava a mais um grande momento em sua história, estabelecido como um dos grandes do futebol nacional muito tempo antes, a equipe gaúcha conseguia, aos 79 anos, chegar a um patamar de reconhecimento mundial. A final da Copa Libertadores da América era o ponto alto até então, ainda existia a chance de chegar ao topo do futebol, mas a conquista em questão já deixava o clube de Porto Alegre no nível de equipes consagradas no cenário sul-americano.

A Copa

Peñarol, Campeão da Libertadores de 1982

Criada no ano de 1960, a Taça Libertadores da América, nome em homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul, tinha como campeões, até 1983, os maiores times do continente, a citar Peñarol, Independiente, Estudiantes, Nacional de Montevideo, Boca Juniors e Olímpia. Os brasileiros, como de costume em competições sul-americanas, não tinha um grande rol de campeões, sendo somente Santos, Flamengo e Cruzeiro os times que, antes do Imortal, levantaram a taça.

A competição era dominada por dois clubes, Independiente e Peñarol, sendo o primeiro 6 e o segundo 4 vezes campeão, seguido pela equipe argentina do Estudiantes de La Plata, com 4 conquistas e outros vários com 2 e 1 título, a citar importantes clubes como Nacional e Boca Juniors, ambos com 2 taças. Por ironia do destino, o Grêmio viria a participar da copa de 83 com três dos cinco maiores clubes da competição, além do Flamengo de Zico, contra o qual havia perdido o Campeonato Brasileiro de 1982 no escândalo do gol do Grêmio tirado com a mão de dentro do gol, que deu o título aos cariocas.

O prestígio da Copa Libertadores não se dava apenas ao confronto entre grandes plantéis do futebol sul-americano, mas também ao fato da mesma levar ao Mundial Interclubes. Até então a competição não levava a disputa da Recopa Sul-Americana, criada no ano de 1989, dado que não havia uma segunda competição na América do Sul, mas conferia ao vencedor o direito a disputa da Copa Interamericana, que não era jogada continuamente por diversos problemas de datas e segurança (há divergências se o Grêmio havia vencido a mesma em 83, título não reconhecido atualmente).

Pré-Jogo

Final do Brasileirão de 1982

Em uma reação surpreendente iniciada no final dos anos 70, década em que penávamos para ganhar do Internacional e conquistar títulos, o Grêmio fez um grande time, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1976, oito anos após o último título, e galgou sonhos maiores. Em 1981, depois de uma bela trajetória, conquistávamos o primeiro título do Campeonato Brasileiro de Futebol, na épica final contra o São Paulo no Estádio Morumbi.

O título conquistado em 81 deu ao Tricolor do Sul a vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Em 1982 estreávamos pela primeira vez na competição continental, por azar, caímos no "Grupo da Morte", com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting do Uruguai. Perdemos apenas dois jogos, ambos para os uruguaios, ficamos em terceiro na classificação, sendo eliminados na primeira fase, já que somente seguia o melhor da chave, no caso o Peñarol.

Mesmo com uma participação curta na Libertadores, o Grêmio teve uma apresentação honrável e foi para a disputa do Brasileirão com moral. Chegou as quartas-de-final vencendo o Fluminense, passou pelo Corinthians, ganhando os dois jogos (sendo o segundo na casa do adversário por 3X1) e seguiu para a final na disputa contra o Flamengo. No primeiro jogo um empate em 1x1 no Maracanã completamente lotado, gols de Tonho e Zico; no jogo de volta no Olímpico um 0x0 levou a disputa para a terceira partida, ainda em Porto Alegre; então, na final decisiva, o 0x1 estava consagrando o Flamengo como campeão nacional até que o Grêmio conseguiria o empate, conseguiria se não fosse o jogador Andrade tirar a bola de dentro do gol com a mão. Em um dos mais vexatórios erros do futebol brasileiro, o título acabou com os rivais.

A conquista

A Batalha de La Plata em 1983

O vice injusto de 82 garantiu a segunda participação gremista na Libertadores da América do ano seguinte, contra os grandes clubes da América como Nacional e Peñarol de Montevideo, Olímpia do Paraguai, Flamengo do Brasil e Estudiantes de La Plata, iniciava o possível coadjuvante Grêmio em seu sonho de atingir o topo do Mundo. Eram os grandes campeões, que somavam juntos 11 dos até então 23 títulos da competição, 8 Mundiais Interclubes e exatos 183 campeonatos nacionais.

Na primeira fase o Tricolor caiu na Chave 2, com Flamengo, Blooming e Bolivar da Bolívia. O grupo era relativamente fácil se comparado ao que enfrentamos em 1981, com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting, não por menos terminamos invictos, com 5 vitórias e 1 empate, contra o Flamengo. Foram 13 gols pró e 4 gols contra.

Da primeira fase partia-se diretamente para as semi-finais, mas não nos moldes atuais da Libertadores, eram duas chaves com três equipes cada. Ficamos no Grupo 1, com os fortes América de Cali e Estudiantes de La Plata; no Grupo 2 estavam os temidos Nacional e Peñarol, sendo o segundo atual campeão da competição e do Mundo (entrando direto nesta fase), além do Atlético San Cristóbal que incrivelmente se classificou no grupo mais fácil, contra o compatriota venezuelano Deportivo Tátira e os equatorianos El Nacional e Barcelona.

Arquivo:Deleonlibertadores.JPG
Grêmio Campeão da Libertadores de 1983

O Grêmio começou vencendo o Estudiantes no estádio Olímpico por 2x1, com um gol a favor perto do final da partida. No segundo jogo sofreu o revés perdendo para o América de Cali por 1X0, mas se recuperando na vitória em Porto Alegre por 2x1 cinco dias depois. Foi então que o Imortal foi a Argentina para joga contra o Estudiantes em um jogo épico cercado de tensão e acusações aos brasileiros de auxiliar inimigos de guerra do povo vizinho, envolvido na Guerra das Malvinas, em partida que ficou conhecida como A Batalha de La Plata. O jogo, que terminou em 3x3, foi um dos mais memoráveis da história do Grêmio.

Depois de sofrer uma pressão inimaginável em solo hermano precisávamos de um resultado desfavorável para o Estudiantes, o qual veio no empate sem gols contra o América de Cali, dando a vaga na final aos gaúchos. Pelo lado do Peñarol, uma classificação invicta dos uruguaios que seguiram para a decisão com pinta de que conquistariam a quinta copa.

Em 22 de julho de 1983 chagava o grande dia, de um lado o gigante Peñarol, 3 vezes campeão Mundial, 4 da Libertadores e 38 do Campeonato Uruguaio, do outro o Grêmio, uma vez campeão brasileiro e com sede de grandeza. Os gaúchos demonstraram sua força abrindo o marcador, mas não conseguiram segurar o resultado permitido o empate no segundo tempo. Jogamos melhor, podíamos ter esperanças de um futuro áureo em Porto Alegre, seis dias depois.

Com mais de 70 mil pessoas no Estádio Olímpico Monumental, o Imortal duelava pela última vez na busca do maior título da sua história até então, o dia 28 de julho ficaria marcado pelas gerações como exemplo a ser seguido pelos plantéis subsequentes a esse, exemplo de raça e amor a camisa, aquilo que os gremistas sempre deram alto valor.

Novamente era o Grêmio que fazia o primeiro ao gol, Caio abria o marcador com 10 minutos de jogo, explodia a nação branco, preto e azul nas arquibancadas. Os mandantes dominavam, mas os uruguaios conseguiram empatar na segunda etapa, como no jogo em Montevideo. O placar levava a disputa para um terceiro jogo na Argentina, não era o que queríamos. Foi então que César fez a alegria do povo, estufou a rede adversária e guardou a taça no armário gremista, para todo o sempre.

Ficha técnica

Primeiro Jogo

22 de julho de 1983

Uruguai Peñarol
Morena Gol marcado aos 35 minutos de jogo 35'
1 – 1 Grêmio Brasil
Tita Gol marcado aos 15 minutos de jogo 15'
Estádio Centenário , Montevidéu, Uruguai
Público: 70.000
Árbitro: Argentina Teodoro Nitti
Assistente 1: Argentina Juan Romero
Assistente 2: Argentina Artur Ithurralde
Quarto Árbitro: Uruguai Juan Cardelino
Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Peñarol
Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Grêmio
PEÑAROL (4-3-3):
G Uruguai Fernández
LE Uruguai Montelongo
Z Uruguai Olivera
Z Uruguai Gutiérrez
LE Uruguai Diogo
M Uruguai Bossio
M Uruguai Saralegui
M Salazar
A Uruguai Ramos
A Silva Substituído
A Uruguai Morena Gol marcado aos 34 minutos de jogo 34'
Substituições:
Uruguai Villarreal Entrou
Treinador:
Hugo Bagnullo
GRÊMIO (4-3-3):
G Brasil Mazarópi
LD Brasil Paulo Roberto
Z Brasil Baidek
Z Uruguai De León
LE Brasil Casemiro
V Brasil China
V Brasil Osvaldo
M Brasil Tita Gol marcado aos 11 minutos de jogo 11'
A Brasil Renato Portaluppi
A Brasil Tarciso
A Brasil Caio Substituído
Substituição:
A Brasil César Entrou
Treinador:
Brasil Valdir Espinosa