Remo (Esporte)

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Departamento de Remo
Remo
Departamento de Remo.jpg
Foto: @guiesbroglio no Twitter
Pictograma remo.png
Dados
Nome Departamento de Remo
Fundação 02 de julho de 1918 (106 anos), como CI Canottieri Duca degli Abruzzi

19 de dezembro de 1962 (61 anos), incorporação ao Grêmio FBPA

Localização
Localização Rua João Moreira Maciel, n.º 680, CEP 90250-680, Porto Alegre-RS. Brasil Brasil
Outras informações

Remo (Esporte)

O Departamento de Remo Duque de Caxias resultou da incorporação do Grêmio de Regatas Duque de Caxias, fundado em 2 de fevereiro de 1908 como Club Italiano Canottieri Duca degli Abruzzi, em 1962.

História

O Esporte do Remo em Porto Alegre

Já na segunda metade do século XIX, o esporte do remo era praticado em Porto Alegre, especialmente pela comunidade teuto-brasileira. Os dois primeiros clubes de remo da capital gaúcha, o Ruder Club Porto Alegre e o Ruder-Verein Germania, foram criados, respectivamente, em 1888 e 1892. Em Porto Alegre, no dia 17 de fevereiro de 1894, foi fundado o Comitê de Regatas, primeira entidade reguladora do esporte no Brasil e que, em 1908, teria seu nome alterado para Federação Rio-Grandense de Remo.

Os primeiros anos do século XX foram muito intensos para o remo porto-alegrense e viram a criação de vários novos clubes com diversas identidades culturais: o Grêmio de Regatas Almirante Tamandaré foi fundado em 1903 por luso-brasileiros; o Club de Regatas Almirante Barroso surgiu em 1905, a partir de uma dissidência do Germania; o Ruder Verein Freundschaft, que mais tarde passaria a se chamar Grêmio Náutico União, iniciou suas atividades em 1906. Então, em 9 de fevereiro de 1908, é fundado o Club Italiano Canottieri Duca degli Abruzzi, o primeiro clube esportivo da comunidade ítalo-brasileira em Porto Alegre.[1][2]

De Duca a Duque de Caxias

Remo nos primeiros anos do Grêmio
Foto: A Federação, 2 de janeiro de 1924

As temporadas iniciais do Duca apresentaram grandes dificuldades, incluindo a destruição completa de sua sede e de quase todos os seus barcos por um furacão, em 16 de dezembro de 1918. O clube viveu duas fases de destaque no esporte. A primeira delas na década de 1920, quando, com suas guarnições de quatro-com timoneiro, foi campeão estadual em 1924, 1925, 1926 e 1928 e campeão brasileiro em 1925. Alguns anos mais tarde, teve bons momentos no quatro-sem timoneiro, sendo campeão estadual em 1939, 1941, 1942 e 1948 e campeão brasileiro em 1939.

Em 10 de fevereiro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o clube recebe ofício da Federação que, por ordens superiores da Repartição Central de Polícia e da Delegacia de Ordem Política e Social, deveria retirar de sua sede quaisquer itens escritos em língua dos países com os quais o Brasil tivesse rompido relações (embora permitisse que o material fosse encaixotado, lacrado e arquivado). O documento expressamente solicitava, ainda, que a nomenclatura do clube fosse alterada imediatamente. No dia 24 daquele mês, envolvido em uma grande crise e discutindo-se uma possível fusão com o Almirante Tamandaré, foi aprovada a troca do nome para Grêmio de Regatas Duque de Caxias. Além disso, os sócios queimaram ou atiraram às águas do Guaíba grande parte do material histórico do clube. O clube, que sempre teve um quadro social pequeno em comparação a alguns de seus co-irmãos, enfrentava grandes dificuldades para se manter viável. Em 1953, outra fusão, desta vez com a Sociedade Visconde do Rio Branco (antiga Societá Umberto I) foi aventada e, mais uma vez, não concretizada. Em 8 de maio de 1960, o Duque de Caxias ainda conquistaria um último e melancólico campeonato gaúcho com essa nomenclatura, numa vitória por WO no quatro-sem timoneiro.

No começo de 1961, foram iniciadas tratativas para uma possível fusão do clube com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, principalmente por intermédio de Jairo Gondim da Silva. Ao longo dos meses seguintes, a medida foi aprovada pelos presidentes do clube e do conselho deliberativo do Duque de Caxias, respectivamente, Germano Adolpho Antonio Purper e Angelo Rossi. A fusão foi homologada em 19 de dezembro de 1962 e concluída em 1º de setembro de 1963. A ideia de um departamento de remo no Grêmio, no entanto, não era novidade e já era estudada desde a década de 1920.[3]

O Departamento de Remo Duque de Caxias

O remo para estreantes em 1968
Foto: Revista do Grêmio, n. 44

Embora fosse tratada estatutariamente como uma fusão, pode-se dizer que o antigo clube de remo de origem italiana foi incorporado ao Grêmio como o Departamento de Remo Duque de Caxias, incluindo sua flotilha, uma lancha a motor e o terreno da antiga sede na rua Voluntários da Pátria, vendido em 1984, onde hoje fica a Estação São Pedro do Trensurb. Com a incorporação e a filiação do clube à Federação de Remo, o Grêmio teve direito a um terreno doado pelo Estado no novo Parque Aquático Alberto Bins, em 1965. Vale lembrar que, ainda em 1956, o Grêmio havia pleiteado junto à Prefeitura Municipal, a doação de uma área junto ao Guaíba, para a construção de um parque náutico.[4]

Os remadores da categoria juvenil (até 14 anos) em 1968
Foto: Revista do Grêmio, n. 44

As mudanças ocorreram num período em que o remo gaúcho já sofria muito com a perda de popularidade, mas ainda assim teve alguns resultados de destaque em sua história. Ari Nunes Rodrigues e Ângelo Sírio dos Santos venceram duas vezes o campeonato estadual de dois-sem timoneiro, em 1970 e 1971, e levaram a medalha de prata no Campeonato Brasileiro de 1971. Eles ainda venceriam o Troféu Brasil, disputado em Porto Alegre no mesmo ano, mas acabariam desclassificados pela arbitragem. Em 1972, o Grêmio vence o campeonato estadual no quatro-com timoneiro. No ano seguinte, conquista duas medalhas de ouro no Sul-Brasileiro, vencendo o quatro e o oito-com timoneiro. Ainda em 1973, conquista bons resultados no Campeonato Brasileiro, chegando em terceiro no dois-sem e no quatro-com timoneiro. Alguns outros resultados expressivos em categorias de formação também foram conquistados, como o primeiro lugar no quatro-com timoneiro no 1º Campeonato Brasileiro Junior, disputado na Lagoa Rodrigo de Freitas, em 1973.

Atletas do Remo do Grêmio
Foto: Grêmio do Prata

No início da década de 1970, havia um certo desinteresse do Grêmio no departamento de remo e ocorreu uma debandada de atletas para outros clubes. Em 1974, o Grêmio é licenciado pela Federação. Alguns anos mais tarde, em 1978, o departamento é reativado e obtém alguns bons resultados em campeonatos de jovens na primeira metade dos anos 1980. A partir da gestão de Hélio Dourado, a sede do remo, então em péssimas condições de conservação é recuperada e melhorada. Em 1986, no entanto, o clube novamente licencia-se da Federação.[5][6]

Posteriormente, o Grêmio cedeu a estrutura do remo para a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF-UFRGS). Desde então, ocorreram participações eventuais, especialmente em campeonatos de jovens, numa parceria entre as duas instituições. Atualmente, o Parque do Remo abriga o Instituto Geração Tricolor.[7]

Os grandes campeões Ari Nunes e Ângelo dos Santos, em 1970, no Rio Guaíba
Foto: Revista do Grêmio 49, 1970

Pictograma remo.png Títulos e resultados importantes (a partir de 1962)

Categoria aberta

Ari Nunes e Ângelo dos Santos recebem as medalhas de campeões gaúchos de 1970
Foto: Revista do Grêmio 49, 1970

Categorias de Formação

Outros resultados importantes

Referências

  1. DA SILVA, Carolina Fernandes. O remo e a história de Porto Alegre, Rio Grande do Sul: mosaico de identidades culturais no longo século XIX. Dissertação de Mestrado. UFRGS, 2011.
  2. http://www.remosul.com/historia-do-remo/
  3. 1924.01.02 - A Federação - Remo e Scotismo
  4. Revista do Grêmio. Porto Alegre, n. 5, p. 12, 1956.
  5. LICHT, Henrique Felippe Bonnet - https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/71025
  6. LICHT, Henrique Felippe Bonnet - https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/99016
  7. https://gremio.net/conteudo/index/32
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