Títulos: Copa Libertadores de 1983

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Em 28 de julho de 1983 o Grêmio chegava a mais um grande momento em sua história, estabelecido como um dos grandes do futebol nacional muito tempo antes, a equipe gaúcha conseguia, aos 79 anos, chegar a um patamar de reconhecimento mundial. A final da Copa Libertadores da América era o ponto alto até então, ainda existia a chance de chegar ao topo do futebol, mas a conquista em questão já deixava o clube de Porto Alegre no nível de equipes consagradas no cenário sul-americano.

A Copa

Peñarol, Campeão da Libertadores e do Mundo de 1982

Criada no ano de 1960, a Taça Libertadores da América, nome em homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul, tinha como campeões, até 1983, os maiores times do continente, a citar Peñarol, Independiente, Estudiantes, Nacional de Montevideo, Boca Juniors e Olímpia. Os brasileiros, como de costume em competições sul-americanas, não tinha um grande rol de campeões, sendo somente Santos, Flamengo e Cruzeiro os times que, antes do Imortal, levantaram a taça.

A competição era dominada por dois clubes, Independiente e Peñarol, sendo o primeiro 6 e o segundo 4 vezes campeão, seguido pela equipe argentina do Estudiantes de La Plata, com 4 conquistas e outros vários com 2 e 1 título, a citar importantes clubes como Nacional e Boca Juniors, ambos com 2 taças. Por ironia do destino, o Grêmio viria a participar da copa de 83 com três dos cinco maiores clubes da competição, além do Flamengo de Zico, contra o qual havia perdido o Campeonato Brasileiro de 1982 no escândalo do gol do Grêmio tirado com a mão de dentro do gol, que deu o título aos cariocas.

O prestígio da Copa Libertadores não se dava apenas ao confronto entre grandes plantéis do futebol sul-americano, mas também ao fato da mesma levar ao Mundial Interclubes. Até então a competição não levava a disputa da Recopa Sul-Americana, criada no ano de 1989, dado que não havia uma segunda competição na América do Sul, mas conferia ao vencedor o direito a disputa da Copa Interamericana, que não era jogada continuamente por diversos problemas de datas e segurança (há divergências se o Grêmio havia vencido a mesma em 83, título não reconhecido atualmente).

Pré-Jogo

Final do Brasileirão de 1982

Em uma reação surpreendente iniciada no final dos anos 70, década em que penávamos para ganhar do Internacional e conquistar títulos, o Grêmio fez um grande time, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1976, oito anos após o último título, e galgou sonhos maiores. Em 1981, depois de uma bela trajetória, conquistávamos o primeiro título do Campeonato Brasileiro de Futebol, na épica final contra o São Paulo no Estádio Morumbi.

O título conquistado em 81 deu ao Tricolor do Sul a vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Em 1982 estreávamos pela primeira vez na competição continental, por azar, caímos no "Grupo da Morte", com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting do Uruguai. Perdemos apenas dois jogos, ambos para os uruguaios, ficamos em terceiro na classificação, sendo eliminados na primeira fase, já que somente seguia o melhor da chave, no caso o Peñarol.

Mesmo com uma participação curta na Libertadores, o Grêmio teve uma apresentação honrável e foi para a disputa do Brasileirão com moral. Chegou as quartas-de-final vencendo o Fluminense, passou pelo Corinthians, ganhando os dois jogos (sendo o segundo na casa do adversário por 3X1) e seguiu para a final na disputa contra o Flamengo. No primeiro jogo um empate em 1x1 no Maracanã completamente lotado, gols de Tonho e Zico; no jogo de volta no Olímpico um 0x0 levou a disputa para a terceira partida, ainda em Porto Alegre; então, na final decisiva, o 0x1 estava consagrando o Flamengo como campeão nacional até que o Grêmio conseguiria o empate, conseguiria se não fosse o jogador Andrade tirar a bola de dentro do gol com a mão. Em um dos mais vexatórios erros do futebol brasileiro, o título acabou com os rivais.

A conquista

A Batalha de La Plata em 1983

O vice injusto de 82 garantiu a segunda participação gremista na Libertadores da América do ano seguinte, contra os grandes clubes da América como Nacional e Peñarol de Montevideo, Olímpia do Paraguai, Flamengo do Brasil e Estudiantes de La Plata, iniciava o possível coadjuvante Grêmio em seu sonho de atingir o topo do Mundo. Eram os grandes campeões, que somavam juntos 11 dos até então 23 títulos da competição, 8 Mundiais Interclubes e exatos 183 campeonatos nacionais.

Na primeira fase o Tricolor caiu na Chave 2, com Flamengo, Blooming e Bolivar da Bolívia. O grupo era relativamente fácil se comparado ao que enfrentamos em 1981, com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting, não por menos terminamos invictos, com 5 vitórias e 1 empate, contra o Flamengo. Foram 13 gols pró e 4 gols contra.

Da primeira fase partia-se diretamente para as semi-finais, mas não nos moldes atuais da Libertadores, eram duas chaves com três equipes cada. Ficamos no Grupo 1, com os fortes América de Cali e Estudiantes de La Plata; no Grupo 2 estavam os temidos Nacional e Peñarol, sendo o segundo atual campeão da competição e do Mundo (entrando direto nesta fase), além do Atlético San Cristóbal que incrivelmente se classificou no grupo mais fácil, contra o compatriota venezuelano Deportivo Tátira e os equatorianos El Nacional e Barcelona.

Arquivo:Deleonlibertadores.JPG
Grêmio Campeão da Libertadores de 1983

O Grêmio começou vencendo o Estudiantes no estádio Olímpico por 2x1, com um gol a favor perto do final da partida. No segundo jogo sofreu o revés perdendo para o América de Cali por 1X0, mas se recuperando na vitória em Porto Alegre por 2x1 cinco dias depois. Foi então que o Imortal foi a Argentina para joga contra o Estudiantes em um jogo épico cercado de tensão e acusações aos brasileiros de auxiliar inimigos de guerra do povo vizinho, envolvido na Guerra das Malvinas, em partida que ficou conhecida como A Batalha de La Plata. O jogo, que terminou em 3x3, foi um dos mais memoráveis da história do Grêmio.

Depois de sofrer uma pressão inimaginável em solo hermano precisávamos de um resultado desfavorável para o Estudiantes, o qual veio no empate sem gols contra o América de Cali, dando a vaga na final aos gaúchos. Pelo lado do Peñarol, uma classificação invicta dos uruguaios que seguiram para a decisão com pinta de que conquistariam a quinta copa.

Em 22 de julho de 1983 chagava o grande dia, de um lado o gigante Peñarol, 3 vezes campeão Mundial, 4 da Libertadores e 38 do Campeonato Uruguaio, do outro o Grêmio, uma vez campeão brasileiro e com sede de grandeza. Os gaúchos demonstraram sua força abrindo o marcador, mas não conseguiram segurar o resultado permitido o empate no segundo tempo. Jogamos melhor, podíamos ter esperanças de um futuro áureo em Porto Alegre, seis dias depois.

Com mais de 70 mil pessoas no Estádio Olímpico Monumental, o Imortal duelava pela última vez na busca do maior título da sua história até então, o dia 28 de julho ficaria marcado pelas gerações como exemplo a ser seguido pelos plantéis subsequentes a esse, exemplo de raça e amor a camisa, aquilo que os gremistas sempre deram alto valor.

Novamente era o Grêmio que fazia o primeiro ao gol, Caio abria o marcador com 10 minutos de jogo, explodia a nação branco, preto e azul nas arquibancadas. Os mandantes dominavam, mas os uruguaios conseguiram empatar na segunda etapa, como no jogo em Montevideo. O placar levava a disputa para um terceiro jogo na Argentina, não era o que queríamos. Foi então que César fez a alegria do povo, estufou a rede adversária e guardou a taça no armário gremista, para todo o sempre.

Ficha técnica

Primeiro Jogo

Copa Libertadores Peñarol Uruguai 1 - 1 Brasil Grêmio Estádio Centenário, Montevidéu, URU
Final - Jogo de ida
sexta-feira, 22 de julho de 1983
21:15 (UTC-3)
Morena Gol marcado aos 35 minutos de jogo 35' Relatório
Gol marcado aos 12 minutos de jogo 12' Tita Público: 70.000
Árbitro: ArgentinaARG Teodoro Nitti



                     Cores do Peñarol Cores do Peñarol Cores do Peñarol                     
Cores do Peñarol
Cores do Peñarol
Peñarol
 
 
Formação: 4-4-2
GL   -    Uruguai  Fernández
DF   -    Uruguai  Montelongo
DF   -    Uruguai  Olivera
DF   -    Uruguai  Gutiérrez
DF   -    Uruguai  Víctor Diogo
MC   -    Uruguai  Bossio
MC   -    Uruguai  Saralegui
MC   -    Uruguai  Zalazar
MC   -    Uruguai  Ramos
AT   -    Uruguai  Silva Substituído após a minutos de jogo a'
AT   -    Uruguai  Morena Penalizado com cartão amarelo após ? minutos
Treinador:
Uruguai  Hugo Bagnulo
Substituições:
AT   -    Uruguai  Villarreal Entrou em campo após a minutos a'
Cores do Grêmio Cores do Grêmio Cores do Grêmio
Cores do Grêmio
Cores do Grêmio
Grêmio
 
 
Formação: 4-4-2
GL   24    Brasil Mazarópi
LD   17    Brasil Paulo Roberto
ZG   13    Brasil Baidek
ZG   6    Uruguai De León Capitão
LE   4    Brasil Casemiro
VL   5    Brasil China
MC   8    Brasil Osvaldo
MC   10    Brasil Tita
AT   7    Brasil Renato Portaluppi
AT   16    Brasil Tarciso
AT   23    Brasil Caio Substituído após a minutos de jogo a'
Treinador:
Brasil Valdir Espinosa
Substituições:
AT   9    Brasil César Entrou em campo após a minutos a'

Segundo Jogo

Copa Libertadores Grêmio Brasil 2 - 1 Uruguai Peñarol Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre-RS, BRA
Final - Jogo de volta
quinta-feira, 28 de julho de 1983
21:30 (UTC-3)
Caio Gol marcado aos 9 minutos de jogo 9'
César Gol marcado aos 77 minutos de jogo 77'
Relatório
Súmula
Borderô
Gol marcado aos 70 minutos de jogo 70' Morena Público: 73.093 (63.792 pagantes)
Renda: Cr$ 110.551.500
Árbitro: PerúPER Edison Adolfo Pérez Núñez



Cores do Grêmio Cores do Grêmio Cores do Grêmio
Cores do Grêmio
Cores do Grêmio
Grêmio
 
 
Formação: 4-3-3
GL   24    Brasil Mazarópi
LD   17    Brasil Paulo Roberto Penalizado com cartão amarelo após 43 minutos 43'
ZG   13    Brasil Baidek Penalizado com cartão amarelo após 86 minutos 86'
ZG   6    Uruguai De León Capitão
LE   4    Brasil Casemiro
MC   8    Brasil Osvaldo
VL   5    Brasil China
MC   10    Brasil Tita Penalizado com cartão amarelo após 25 minutos 25'
AT   7    Brasil Renato Portaluppi Penalizado com cartão amarelo após 67 minutos 67' Expulso a 87 minutos 87'
AT   23    Brasil Caio Substituído após 63 minutos de jogo 63'
AT   16    Brasil Tarciso
Treinador:
Brasil Valdir Espinosa
Substituições:
AT   9    Brasil César Penalizado com cartão amarelo após 83 minutos 83' Entrou em campo após 63 minutos 63'
                     Cores do Peñarol Cores do Peñarol Cores do Peñarol                     
Cores do Peñarol
Cores do Peñarol
Peñarol
 
 
Formação: 4-3-3
GL   1    Uruguai  Fernández
LD   14    Uruguai  Montelongo
ZG   2    Uruguai  Olivera Capitão Penalizado com cartão amarelo após 4 minutos 4'
ZG   3    Uruguai  Gutiérrez
LE   4    Uruguai  Víctor Diogo
MC   8    Uruguai  Saralegui Penalizado com cartão amarelo após 16 minutos 16'
VL   5    Uruguai  Bossio
MC   24    Uruguai  Zalazar
AT   11    Uruguai  Ramos Expulso a 87 minutos 87'
AT   9    Uruguai  Morena
AT   7    Uruguai  Walkir Silva Substituído após 63 minutos de jogo 63'
Treinador:
Uruguai  Hugo Bagnulo
Substituições:
AT   21    Uruguai  Peirano Entrou em campo após 63 minutos 63'